A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DA MULHER
Ao olhar para a saúde feminina, estamos reconhecendo a singularidade das necessidades e desafios enfrentados por mulheres em diferentes fases de suas vidas.
As mulheres desempenham papéis fundamentais em nossa sociedade. Elas são mães, filhas, esposas, profissionais e líderes em suas comunidades. Para que possam cumprir todas essas responsabilidades e atingir seu potencial máximo, é essencial que a saúde feminina seja valorizada e protegida.
Investir na saúde da mulher é um investimento em toda a sociedade. Mulheres saudáveis têm maior probabilidade de alcançar uma educação de qualidade, buscar oportunidades de trabalho, contribuir para o crescimento econômico e criar famílias saudáveis e resilientes. Além disso, cuidar da saúde das mulheres é uma questão de justiça e igualdade de gênero.
É essencial que governos, instituições de saúde e a sociedade em geral reconheçam
a importância de olhar para a saúde da mulher. Ao fornecer acesso a cuidados de
qualidade, educação adequada, programas de prevenção e apoio emocional, estaremos
promovendo uma sociedade mais saudável, igualitária e empoderada.
O CÂNCER DE MAMA
NO BRASIL
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama (CM) é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Para o ano de 2023 foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2022).
O país apresenta altas taxas de Câncer de Mama avançado, estimadas em aproximadamente 40%. Essas altas taxas são decorrentes das falhas existentes no processo de detecção precoce do CM, como ausência de programas efetivos de rastreamento organizado e ações efetivas de prevenção primária e secundária.
Segundo o último relatório do Ministério da Saúde, relativo ao plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil, a neoplasia de mama foi responsável pela maior taxa de mortalidade por neoplasia em mulheres entre o período de 2000 a 2018, sendo verificado um acréscimo em sua magnitude ao longo dos anos.
Estamos falando em 48 ÓBITOS DE MULHERES POR DIA, sendo 45% destas mulheres com IDADE ENTRE 30 E 69 ANOS.
A incidência de tumores de mama em mulheres com menos de 35 anos, que até pouco tempo ficava em torno de apenas 2% dos casos, mais que dobrou e já está entre 4% e 5% das pacientes diagnosticadas, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia.
Pesquisadores levantam algumas teorias para esta queda da faixa etária dos diagnósticos, como as alterações no estilo de vida, inserção no mercado de trabalho, gestações tardias, menor número de filhos.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR
ESSE CENÁRIO
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Campanha de conscientização sobre a doença e sobre a necessidade de
check up anual;
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Articulação com Ministério da Saúde e Frente Parlamentar de Saúde da
Mulher para fornecimento pelo SUS dos CDKs para câncer de mama
avançado - já aprovados pela Conitec, porém sua disponibilização está
atrasada há mais de um ano e meio.
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Manifesto Respeite meu Peito, com mais de 26 mil assinaturas para
disponibilização dos CDKs.
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Articulação para a publicação dos protocolos clínicos para o diagnóstico e tratamento do câncer de mama, assegurando que estejam alinhados com as melhores práticas e evidências científicas já contendo medicamentos incorporados nos últimos 2 anos, como os CDKs.
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Articulação para a implementação de programas de triagem eficazes para o câncer de mama, permitindo um diagnóstico precoce e tratamento oportuno e incluindo agilidade na biópsia para confirmação diagnóstica.
PLANEJAMENTO
FAMILIAR E SAÚDE MATERNA
Em 2021, de acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), com informações do Ministério, foram 110 óbitos de gestantes, puérperas e mulheres durante o parto no país a cada 100 mil nascidos vivos, quase o dobro do observado em 2019 e a mesma taxa registrada em 1998.
Importante ressaltar que 1 em cada 6 gestações no Brasil foram de mães adolescentes em 2021 e que 102 mil gestações não foram planejadas em 2021. No Brasil, 55% das gestações não são planejadas.
Uma gravidez não planejada pode levar ao aborto inseguro, responsável por 5 a 13% de todas as mortes maternas registradas.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR
ESSE CENÁRIO
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Articulação com a Frentre Parlamentar de Saúde da Mulher e MS para oferecimento do DIU (Dispositivo Intrauterino) de cobre e hormonal para as pacientes, com respeito as necessidades de cada uma, fornecendo-os gratuitamente em unidades de saúde e garantindo disponibilidade em todo o país.
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Educação das mulheres sobre as opções contraceptivas disponíveis, incluindo o DIU, para que possam tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.
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Articulação para fortalecimento dos programas de saúde materna, incluindo cuidados pré-natais de qualidade e assistência ao parto seguro.
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Articulação para realização de campanha de alerta para a violência obstétrica, termo utilizado para caracterizar abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, nascimento ou pós-parto. Os maus tratos podem incluir violência física ou psicológica, podendo fazer da experiência do parto um momento traumático para a mulher ou o bebê. A violência obstétrica está relacionada não apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também a falhas estruturais de clínicas, hospitais e do sistema de saúde como um todo.
O CÂNCER GINECOLÓGICO
NO BRASIL
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só em 2020 mais de meio milhão de mulheres em todo o mundo tiveram câncer do colo do útero, e que cerca de 342 mil morreram em decorrência desta neoplasia, provocada pelo papiloma vírus humano (HPV). O câncer do colo do útero ainda causa milhares de mortes de mulheres todos os anos no Brasil.
Anualmente são mais de 18 mil casos e quase seis mil óbitos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os exames preventivos, como Papanicolau e colposcopia, são indispensáveis para detectar a presença do vírus e tratá-lo adequadamente, evitando agravamentos. Além disso, a vacina
contra o HPV está disponível no Calendário Nacional de Imunizações do SUS, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR
ESSE CENÁRIO
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Articulação com a Frente Parlamentar da Saúde da Mulher para incentivar uma campanha de vacinação contra HPV
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Articulação com MS para garantia de exames regulares de Papanicolau para detecção precoce do câncer cervical, também chamado de câncer do colo do útero.
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Articulação com MS para oferta de exames genéticos avançados, quando apropriado, para o estadiamento e tratamento individualizado do câncer ginecológico e disponibilização de tratamento.
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Educação sobre fatores de risco, prevenção e cuidados ginecológicos adequados.
DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
Com o envelhecimento da população e a mudança do estilo de vida, as doenças cardiovasculares passaram a liderar as causas de mortalidade feminina, na frente do câncer de mama, útero e ovário.
O Brasil teve aumento cerca de 62% nas mortes de mulheres de 15 a 49 anos por infarto, no período de 1990 a 2019. Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%, segundo os dados do SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Um dos principais motivos é a resistência em cuidar do coração regularmente. Já há, tradicionalmente, uma rotina de realização de exames ginecológicos e de mama anualmente, mas quando o assunto é check-up cardiológico a frequência é bem menor.
Além disso, estresse de trabalho, jornada tripla nos cuidados com a casa, dos filhos e das relações afetivas, perdas familiares por conta da pandemia ou situações de conflito, por exemplo, são a rotina de grande parte das mulheres modernas, e tudo isso contribui para o aumento dos casos das doenças cardiovasculares em mulheres.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR
ESSE CENÁRIO
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Criação do GAC - Grupo de Advocacy em Cardiovascular (www.gacbrasil.com.br)
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Proposta no PPA Participativo para ampliar a prevenção das doenças cardiovasculares, por meio da inclusão de exames de check up na atenção básica e da capacitação dos profissionais da saúde para utilização da metodologia de estratificação do risco cardiovascular.
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Campanha "Fale de Coração", para conscientizar sobre a importância do check up anual e hábitos saudáveis
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Articulação para que sejam alocados recursos adicionais para programas de prevenção e controle das doenças cardiovasculares em mulheres, incluindo campanhas de conscientização sobre fatores de risco específicos para mulheres, como a relação entre saúde cardíaca e menopausa.
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Articulação para incorporação e acesso a medicamentos mais eficazes e específicos no tratamento d o colesterol e outras doenças cardiovasculares, bem como a promoção de estratégias de controle do colesterol.
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Incentivo à pesquisa e coleta de dados sobre doenças cardiovasculares em mulheres, para um melhor entendimento e tratamento dessas condições.
SAÚDE DA
MULHER NEGRA
Dados do Ministério da Saúde demonstram que uma mulher negra recebe menos tempo de atendimento médico do que uma mulher branca.
O diabetes atinge 50% mais mulheres negras que brancas. Um estudo publicado no Jornal da Associação Americana de Saúde Pública mostra que a discriminação racial está ligada a taxas elevadas de hipertensão.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde revelam que 60% das mortes no parto ocorrem entre mulheres negras e 34% entre as brancas.
47% dos casos de mortalidade infantil na primeira semana de vida acontecem em crianças negras. Entre as brancas, os casos representam 36%, segundo dados do SIM.
O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR
ESSE CENÁRIO
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Articulação para implementação de políticas de saúde pública que abordem as desigualdades em saúde enfrentadas pelas mulheres negras, incluindo medidas para combater a discriminação no atendimento hospitalar.
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Criação de programas de capacitação culturalmente sensíveis para profissionais de saúde, visando melhorar a compreensão das necessidades específicas da saúde da mulher negra.
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Apoio a iniciativas lideradas por mulheres negras e suas comunidades para promover o acesso igualitário a cuidados de saúde e para combater a discriminação no sistema de saúde.